Caos, golpe parlamentar e populismo: desafios e obstáculos da democracia contemporânea

Autores

  • Rafael Marchesan Tauil Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.32870/cl.v1i32.8095

Palavras-chave:

populismo, democracia, caos, golpe parlamentar

Resumo

Este artigo examina transformações na democracia moderna a partir das ideias de Pierre Rosanvallon, Wanderley Guilherme dos Santos e Giuliano Da Empoli. Os três autores argumentam que a democracia enfrenta alterações significativas que podem ameaçar seu funcionamento. Rosanvallon, em O século do populismo (2021), discute a indeterminação e mutação democráticas, enquanto Santos, em Democracia impedida (2017), e Empoli, em Os engenheiros do caos (2024), analisam fenômenos específicos, como o golpe parlamentar e a engenharia do caos. Rosanvallon adota uma visão ampla, tratando a democracia como um todo dinâmico, enquanto Santos e Empoli focam em elementos isolados que desafiam sua estabilidade. O artigo propõe que esses fenômenos, embora comprometam a democracia, não impedem sua continuidade, sendo formas de indeterminação democrática no contexto político atual.

Biografia do Autor

Rafael Marchesan Tauil, Universidade de São Paulo

Pós-doutorado pelo Departamento de Ciência Política – USP e professor de teoria política na USJT.

Referências

Ablin, S. (2021). Populismos latino-americanos: problemas e perspectivas. Eadem Utraque Europa.

Abromeit, J. (2017). A critical review of recent literature on populism. Politics and Governance, 5(4), 177–186.

Amadeo, J., & Paula, G. (2021). A saga do populismo: momentos da história de um conceito. Exilium: Revista de Estudos da Contemporaneidade, 2(3), 365–402.

Applebaum, A. (2021). O crepúsculo da democracia: Como o autoritarismo seduz e as amizades são desfeitas em nome da política. Record.

Berman, S., & Snegovaya, M. (2019). Populism and the decline of social democracy. Journal of Democracy, 30(3), 5–19.

Bossetta, M., & Husted, E. (2017). Introduction: Populism in the 21st century: Critical reflections on a global phenomenon. Politik, 20(4).

Canovan, M. (2002). Taking politics to the people: Populism as the ideology of democracy. In Y. Mény & Y. Surel (Eds.), Democracies and the populist challenge. Pallgrave.

Cassimiro, P. H. P. (2021). Os usos do conceito de populismo no debate contemporâneo e suas implicações sobre a interpretação da democracia. Revista Brasileira de Ciência Política.

Castells, M. (2018). Ruptura: A crise da democracia liberal. Zahar.

Cox, M. (2018). The rise of populism and the crisis of globalization: Brexit, Trump and beyond. In [incluir editor/es si aplica], The Post Cold War World (pp. 239–247).

Cunha, D., & Cassimiro, P. H. P. (2022). O populismo como modelo de “democracia polarizada”: a teoria do populismo de Pierre Rosanvallon à luz do debate contemporâneo. Sociologias, 24(59).

De la Torre, C. (2018). Global populism: Histories, trajectories, problems, and challenges. In C. De la Torre (Ed.), Routledge Handbook of Global Populism (pp. 1–28). Routledge.

Dean, J., & Maiguashca, B. (2020). Did somebody say populism? Towards a renewal and reorientation of populism studies. Journal of Political Ideologies, 25(1), 11–27.

Empoli, G. D. (2024). Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições. Vestígio.

Finchelstein, F. (2019). Populism without borders: Notes on a global history. Constellations, 26(3), 418–429.

Freeden, M. (2017). After the Brexit referendum: Revisiting populism as an ideology. Journal of Political Ideologies, 22.

Gerbaudo, P. (2023). O grande recuo: A política pós-populismo e pós-pandemia. Todavia.

Gidron, N., & Hall, P. A. (2020). Populism as a problem of social integration. Comparative Political Studies, 53(7), 1027–1059.

Grzymala-Busse, A., Kuo, D., Fukuyama, F., & McFaul, M. (2020). Global Populisms and Their Challenges (Report). Stanford University.

Laclau, E. (2005). On populist reason. Verso.

Lahuerta, M. (2020). Educação e política no contexto da crise contemporânea: Formação para a vida civil e o lugar público da escola. In C. Boto, V. M. Santos, V. B. Silva, & Z. V. Oliveira (Orgs.), A escola pública em crise: Inflexões, apagamentos e desafíos. FEUSP.

Levitsky, S., & Ziblatt, D. (2018). Como as democracias morrem. Zahar.

Lynch, C., & Cassimiro, P. H. (2022). O populismo reacionário: Ascensão e legado do bolsonarismo. Editora Contracorrente.

Melo, M. A., & Pereira, C. (2024). Por que a democracia brasileira não morreu?. Companhia das Letras.

Milner, H. V. (2019). Globalisation, populism and the decline of the welfare state. Survival, 61(2), 91–96.

Mounk, Y. (2019). O povo contra a democracia: Por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la?. Companhia das Letras.

Mudde, C. (2017). Populism: An ideational approach. In C. Rovira Kaltwasser, P. Taggart, P. Ochoa Espejo, & P. Ostiguy (Eds.), The Oxford Handbook of Populism. Oxford University Press.

Norris, P. (2020). Measuring populism worldwide. Party Politics, 26(6), 697–717.

Norris, P., & Inglehart, R. F. (2019). Cultural Backlash: Trump, Brexit, and Authoritarian Populism. Cambridge University Press.

Noury, A., & Roland, G. (2020). Identity politics and populism in Europe. Annual Review of Political Science, 23, 421–439.

Ortega, A. L. (2024). En los márgenes de la democracia liberal: Populismo, nacionalismo y radicalismo en Europa. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, 185.

Przeworsky, A. (2020). Crises da democracia. Zahar.

Rosanvallon, P. (2021). O século do populismo: Teoria, história, crítica. Ateliê de Humanidades Editorial.

Rosanvallon, P. (2015). Le bon gouvernement. Éditions du Seuil.

Rosanvallon, P. (2011a). La société des égaux. Éditions du Seuil.

Rosanvallon, P. (2011b). Penser le populisme. Le Monde.

Rosanvallon, P. (2008). La légitimité démocratique: Impartialité, réflexivité, proximité. Éditions du Seuil.

Rosanvallon, P. (2006). La contre-démocratie: La politique à l’âge de la défiance. Éditions du Seuil.

Rosanvallon, P. (2000). La démocratie inachevée: Histoire de la souveraineté du peuple en France. Éditions Gallimard.

Rosanvallon, P. (1998). Le peuple introuvable: Histoire de la représentation démocratique en France. Éditions Gallimard.

Rosanvallon, P. (1992). Le sacre du citoyen: Histoire du suffrage universel en France. Éditions Gallimard.

Sandel, M. (2023). O descontentamento da democracia: Uma nova abordagem para tempos periculosos. Civilização Brasileira.

Santos, W. G. (2017). A democracia impedida: O Brasil no Século XXI. FGV Editora.

Streeck, W. (2017). O retorno do recalcado: O começo do fim do capitalismo neoliberal. Piauí.

Streeck, W. (2013). Tempo comprado: A crise adiada do capitalismo democrático. Actual.

Tauil, R. M. (2018). Da crítica do populismo à vida pública: Considerações acerca da trajetória intelectual de Francisco Weffort. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, 51.

Tocqueville, A. (2019). A democracia na América. WMF – Martins Fontes.

Tocqueville, A. (2016). Antigo regime e a revolução. WMF – Martins Fontes.

Urbinati, N. (2019). Me the people: How populism transforms democracy. Harvard University Press.

Downloads

Publicado

2024-12-31