A formação do paradigma americanista: As relações exteriores do Brasil no pensamento político da Primeira República
Palavras-chave:
Integração regional na América Latina, História da Política Externa Brasileira, Primeira República, Pan-Americanismo, Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Oliveira LimaResumo
O golpe republicano e a realidade do novo regime político fizeram com que as relações com as demais nações do continente, em especial os Estados Unidos, passassem a ser prioridade na preocupação dos intelectuais e políticos brasileiros. Além disso, com a expansão da economia agroexportadora durante a Primeira República (1889-1930), o eixo Rio de Janeiro-Washington foi em grande parte uma adequação ao sólido relacionamento comercial entre os dois países. Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco e Oliveira Lima são intelectuais e políticos de destaque deste momento de inflexão e disputas entre, não só propostas diferentes de inserção internacional, mas projetos de país. Qual tipo de civilização seria o paradigma para o desenvolvimento do Estado brasileiro? Os três dialogam por meio do conceito do pan-americanismo, que caracterizava a política externa dos primeiros anos do século XX. Tal conceito, porém, carregava uma grande variedade de significados, e cada um dos três operou no sentido de conduzir a PEB na direção que considerava mais coerente. O estudo do pensamento em política externa dos intelectuais desta fase da Primeira República ajuda a desconstruir a imagem do Barão do Rio Branco como o grande e único formulador de política externa de seu tempo, líder com grande magnetismo, consenso de sua época e que pairava sobre os debates políticos domésticos.Referências
ALMEIDA, Paulo Roberto de (2009). Oliveira Lima e a di¬plomacia brasileira no início da República. Historia Actual On Line, Núm. 19 (Primavera, 2009), 97-108.
AMORIM NETO, Otávio (2011). De Dutra a Lula: A con¬dução e os determinantes da política externa brasileira. Rio de Janeiro: Elsevier.
BAGGIO, Kátia Gerab (2000). Os intelectuais brasileiros e o pan-americanismo: A Revista Americana (1909-1919). Anais Eletrônicos do IV Encontro da ANPHLAC. Salvador.
BUENO, Clodoaldo (2012). O Barão do Rio Branco no Ita¬maraty (1902–1912). Rev. Bras. Polít. Int. 55 (2): 170-189.
______ (2003). Política Externa da Primeira República: Os anos de apogeu – de 1902 a 1918. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
BURNS, Bradford. A aliança não escrita: o Barão do Rio Bran¬co e as relações Brasil - Estados Unidos. Rio de Janeiro: EMC.
CAVALLARI, Marcelo Musa (2002). O Brasil deve mudar. En¬trevista de Carlos Escudé à Revista Época. Edição de 02/09/02.
CHACON, Vamireh (2001). Realismo e idealismo na polí¬tica internacional de Joaquim Nabuco. Ciência & Trópico. Recife, v 29, n,2, p. 397-404,juL/dez.
CONDURU, Guilherme Frazão (1998). O subsistema ame¬ricano, Rio Branco e o ABC. Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: IBRI, ano 41, 2.
DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva (2000). A política platina do Barão do Rio Branco. Rev. bras. po¬lít. Int., vol.43, n.2.
ESCUDÉ, Carlos (1992). Realismo periférico: Bases teó¬ricas para una nueva política exterior argentina. Buenos Aires: Planeta.
FORSTER, Maria Theresa Diniz (2011). Oliveira Lima e as relações exteriores do Brasil: O legado de um pioneiro e sua relevância para a diplomacia brasileira. Brasília: FUNAG.
FRANCISCO, Paula Elena Vedoveli (2010). Continuidade e Mudança na História Intelectual Diplomática Brasileira: Uma Análise da Construção da Tradição. Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado – Departamento de Relações Inter¬nacionais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
HOBSBAWM, Eric (1989). The age of empires (1875-1914). New York: Vintage.
LIMA, Manuel de Oliveira (1980). Pan-americanismo: Monroe, Bolivar, Roosevelt. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa.
LIMA, Maria Regina Soares de (1994). Ejes analíticos y con¬flicto de paradigmas em la política exterior brasileña. Amé¬rica Latina-Internacional, v.1, n.2, pp.27-46.
MALATIAN, Teresa (1999). Diplomacia e letras na corres¬pondência acadêmica: Machado de Assis e Oliveira Lima. Estudos Históricos, 1999-24.
MELLO E SILVA, Alexandra de (1995). O Brasil no conti¬nente e no mundo: atores e imagens na política externa bra¬sileira contemporânea. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.8. n. 15. 1995, pp. 95-118.
NABUCO, Joaquim (2008). Balmaceda. São Paulo: Cosac Naify.
_______ (1949). Minha Formação. São Paulo: Instituto Pro¬gresso Editorial. [Brasiliana Digital].
LINS, Álvaro (1965). Rio Branco: Biografia pessoal e história política. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
NOGUEIRA, Marco Aurélio (2010). O encontro de Joaquim Nabuco com a política: As desventuras do liberalismo. São Paulo: Paz e Terrra.
PEREIRA, Paulo José dos Reis (2006). A política exter¬na da primeira república e os Estados Unidos: A atuação de Joaquim Nabuco em Washington (1905-1910). São Paulo: Hucitec/Fapesp.
PINHEIRO, Letícia (2004). Política externa brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
PRADO, Eduardo (1957). A ilusão americana. São Paulo: Brasiliense.
RÉ, Flávia Maria (2011). Estados Unidos e América Hispâni¬ca: Espelhos para uma jovem república. Leviathan – Cader¬nos de Pesquisa Política, n. 3, pp. 222-271.
RENEHAN Jr., Edward (2007). The Monroe Doctrine: The Cornerstone of American Foreign Policy. Nova Iorque: Chelsea House.
RICUPERO, Rubens (2005). Joaquim Nabuco e a nova di¬plomacia. Apresentação no seminário “Joaquim Nabuco, Embaixador do Brasil”. Fundação Joaquim Nabuco, Recife, 19 de agosto de 2005.
ROOT, Elihu (1914). The Real Monroe Doctrine. The Ameri¬can Journal of International Law, vol. 8, n. 3, jul 1914.
SANTOS, Fábio Muruci dos (2003). A querela dos heróis: li¬derança política e ethos americano em Oliveira Lima e José Enrique Rodó. História, São Paulo: 22 (2): 79-98.
VIANA FILHO, Luiz (1959). A vida do Barão do Rio Branco. São Paulo: Martins.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Los autores que publiquen en Contextualizaciones Latinoamericanas aceptan las siguientes condiciones:
De acuerdo con la legislación de derechos de autor, Contextualizaciones Latinoamericanas reconoce y respeta el derecho moral de los autores, así como la titularidad del derecho patrimonial, el cual será cedido a la Universidad de Guadalajara para su difusión en acceso abierto.
Contextualizaciones Latinoamericanas no realiza cargos a los autores por enviar y procesar artículos para su publicación.
Los autores pueden realizar otros acuerdos contractuales, independientes y adicionales, para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en Contextualizaciones Latinoamericanas por ejemplo, incluirlo en un repositorio institucional o darlo a conocer en otros medios en papel o electrónicos, siempre que indique clara y explícitamente que el trabajo se publicó por primera vez en Contextualizaciones Latinoamericanas
Para todo lo anterior, los autores deben remitir el formato de carta-cesión de la propiedad de los derechos de la publicación debidamente llenado y firmado por los autores cuando el artículo ha sido aceptado para publicación. Este formato debe ser solicitado al correo electrónico contexlatin@gmail.com, y debe ser adjuntado en archivo PDF paralelamente a la aprobación de la obra.
Los lectores/usuarios de Contextualizaciones Latinoamericanas pueden acceder directamente al contenido de manera libre y gratuita al momento que un nuevo número es colocado en la plataforma. Se permite al lector/usuario citar, compartir (electrónicamente y de manera física), imprimir y distribuir el material siempre que se indique de manera clara y explícitamente que el trabajo se publicó por primera vez en Contextualizaciones Latinoamericanas. Es necesario citar de manera correcta el trabajo y no debe de ser utilizado con fines de lucro.