Matizes da Onda Rosa: futebol e interesses organizados na Argentina e no Brasil (2003-2016)
DOI:
https://doi.org/10.32870/cl.v2i33.8124Palavras-chave:
institucionalização, interesses organizados, futebol, Frente para la Victoria, Partido dos TrabalhadoresResumo
Este artigo examina as relações entre futebol, política e interesses organizados na Argentina e no Brasil entre 2003 e 2016, durante os governos da Frente para la Victoria e do Partido dos Trabalhadores. Argumenta-se que a institucionalização política do futebol, anterior à consolidação dos sistemas partidários, criou barreiras a mudanças estruturais, resultando em reformas incrementais (layering). A análise, de inspiração neoinstitucionalista histórica, considera a dependência de trajetória e as mudanças institucionais a partir de dados históricos, legislações e políticas públicas ligadas ao futebol. Na Argentina, os governos Kirchner promoveram maior intervenção estatal, como o programa Fútbol para Todos e a criação de entidades de fomento esportivo. No Brasil, os governos petistas combinaram incentivos públicos com políticas de mercantilização. Em ambos os casos, o futebol permaneceu na agenda estatal sem ruptura com o legado neoliberal dos anos 1990. A trajetória histórica e a coerção cultural explicam a resiliência desses arranjos institucionais, evidenciando o futebol como um campo de interesses político-institucionais que influencia as políticas públicas e a dinâmica social.Referências
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